Os produtores paranaenses estão em plena colheita dos principais grãos da safra de inverno. Essa fase deve se estender até dezembro, mês em que se encerra a safra do trigo. As principais culturas desta época foram afetadas por fatores externos, como a geada dos meses mais frios e a estiagem prolongada, resultando em menor produção de carros-chefes da agricultura do estado relação ao ano anterior. Em outras, o aumento da área plantada deve garantir aumento da produção.
Uma pesquisa do Centro de Inteligência de Mercado em Agronegócios da PwC Brasil (PwC Agribusiness Research & Knowlodge Center), realizada com informações da Conab, Embrapa e relatórios da Agência Reuters, demonstra que o trigo deve ser a cultura mais afetada neste período. Os fatores climáticos e os baixos preços na época do plantio desmotivaram os produtores, que optaram por outras culturas, como a cevada. O reflexo foi a queda de 9,1% da área plantada. Isso, aliado à retração de 12,9% na produtividade explica a queda de 23,5% na colheita.
Com a redução da oferta nacional, é possível que as importações de trigo sejam maiores no próximo período. Mesmo com este resultado, o Paraná conserva o principal produtor nacional, com estimativa de ser responsável por 50% da produção do país (ou 2,6 milhões de toneladas) nesta safra.
O levantamento mostra uma redução de 10,7% na produção de triticale em relação à safra passada. A queda se concentrou principalmente no Paraná, que a despeito disso, continua como o maior produtor nacional, com 42,5% do volume nacional de 2017, que deve chegar a 63,1 mil toneladas.
Em sentido oposto ao trigo e triticale, o estudo aponta que o centeio e a cevada desenham previsões positivas devido à expansão de área plantada. No caso do centeio, espera-se que o Paraná retome o posto de maior produtor nacional, com 54,7% do total. A colheita é estimada em 4,7 mil toneladas, de um total de 8,6 mil toneladas no país. O crescimento significativo da produção estadual – que foi de 2,4 mil toneladas na safra 2016 – é resultado do incremento de 110% na área plantada – e ocorreu a despeito de a seca ter ocasionado redução de produtividade.
A análise da PwC Brasil aponta, ainda, que a liderança nacional do Paraná na produção de cevada deve ser comprovada ao fim da safra. O estado produz 57,8% do total nacional e estima-se que os paranaenses colham 215,6 mil toneladas do total de 373,3 mil produzidos no país. O plantio do cereal no Paraná costuma ser realizado com o fomento das maltarias, que fornecem insumos e garantem a compra do produto a preços pré-definidos em contratos. Ainda que as adversidades climáticas tenham afetado a cevada, com previsão de que a produtividade nacional da cultura sofra queda em relação a 2016, o estado do Paraná segue com expectativa de crescimento de 8,3%, devido ao aumento de 20% na área plantada. Entre os fatores que promoveram este aumento significativo no plantio, destaca-se os baixos preços do trigo, o fomento das maltarias e o ótimo desempenho da cultura na safra 2016.