O ambiente corporativo, muitas vezes, pode se tornar hostil. Isso ocorre principalmente devido a algumas pressões, como prazos a cumprir e a busca por resultados positivos. Mas o papel da comunicação nesse ambiente costuma ser subestimado.
A especialista em Comunicação Não Violenta (CNV), Renata Frank, explica que a linguagem adotada no dia a dia pode ter impacto direto na construção de um local de trabalho que estimule o esforço coletivo para atingir as metas de produtividade. “Uma comunicação que emita menos julgamentos contribui para o entendimento e para a harmonização das suas necessidades com as necessidades do outro”, explica a consultora, que apresentou a técnica da Comunicação Não Violenta em workshop realizado para associados na Câmara Americana de Comércio (Amcham-Curitiba).
Mas como aplicar essa técnica à rotina de trabalho? Renata dá algumas dicas:
1 – Desenvolva a empatia.
Segundo a especialista, “a violência surge da crença de que a sua dor vem dos outros”, o que cria uma vontade de “punir”. Abandonar a violência em suas relações passa por um maior conhecimento de como você se relaciona com seus sentimentos e como você os comunica às pessoas. A partir daí, é possível exercitar a empatia: conectar-se com os sentimentos do outro, um processo que faz parte da cura de suas próprias dores, como destaca a palestrante.
2 – Seja transparente.
Não é preciso fingir para se comunicar de forma menos violenta. Pense em todas as maneiras que você pode usar para deixar clara sua posição sobre determinado tema sem necessariamente agredir alguém com julgamentos. Ao emitir juízos de valor, você corre o risco de distanciar a pessoa e deixá-la na defensiva, o que cria espaço para o estresse e conflitos.
3 – Use fatos, não julgamentos.
Você pode dizer: “você fez um trabalho ruim”. Mas se comunicaria de forma muito mais efetiva se substituir a frase por “seu trabalho pode melhorar neste e naquele ponto”, justificando os motivos. Se mostre disposto a encontrar as soluções de forma coletiva.
4- Sem “indiretas”.
Seja direto no que deseja. As “indiretas” no ambiente profissional contribuem para criar um clima de insegurança entre os colegas. Comunicando aos outros como você se sente, você abre espaço para que todos façam o mesmo, o que cria um ambiente mais aberto à discussão de novas ideias e soluções. Desta forma, as pessoas que trabalham ao seu redor se sentem mais motivadas a participar dos processos.
5- Escute de verdade.
Não basta sorrir e acenar. Ouça, pergunte, preste atenção às necessidades e ideias que lhe são apresentadas. “Quando entendemos as necessidades que motivam nosso comportamento e o comportamento dos outros, não temos mais inimigos. E assim conseguimos encontrar mais facilmente a solução para os conflitos”, explica Renata Frank.