Assessoria de Imprensa

O release é uma das peças-chave da assessoria de imprensa. Caracteriza-se, no essencial, como sendo uma notícia com vista à publicação. É um texto preparado em estilo jornalístico que irá requerer adaptação e que, muitas vezes, é emitido por empresas ou instituições para comunicar informação interessante para a comunicação social e para o público em geral.

Mas afinal, como essa ferramenta surgiu e como ela é usada? O primeiro texto distribuído para a imprensa com essas características é atribuído ao congressista norte-americano Benjamim Butler, quando, em 1880, emitiu um comunicado com seu posicionamento.

Apenas em 1906 os “princípios” do release foram criados. Na ocasião, Ivy Lee convenceu a Pennsylvania Railroad a emitir um texto sobre um acidente de comboio que tinha ocorrido em Atlantic City, nos Estados Unidos, e que tinha provocado 50 mortes. Com isso a empresa férrea ofereceu uma rápida explicação do que havia acontecido, não deixou espaço para especulações e desinformações penosas para a imagem da instituição. O The New York Times ficou tão impressionado com o release que publicou o material na íntegra.

Ao longo do século 20, a comunicação e as relações públicas foram evoluindo e intensificando as suas estratégias. Com o tempo o press release se tornou uma das principais técnicas de assessoria de imprensa, e seu uso acabou ficando mais frequente nas redações, ao ponto de no final dos anos 1990 os jornalistas dedicados à cobertura do parlamento britânico receberem, em média, cerca de 50 notas de imprensa por dia.

Com a chegada da internet nos anos 1990, o release deixou de ser de ser distribuído por fax e motoboy e a sua produção e envio se democratizaram, permitindo uma maior eficácia na distribuição, na leitura e na publicação do material. Um estudo realizado na Espanha e publicado em 2010 na Revista Latina de Comunicação Social constatou que as notas de imprensa têm maior penetração nos meios online (dois terços) do que na imprensa tradicional (um terço).

Outros estudos centrados na eficácia dos releases demonstram que a publicação destes em 1997 ultrapassou os 50% das notícias publicadas nos Estados Unidos e, na Austrália, 47% das publicações dos jornais dos grandes centros urbanos tiveram como base informações disponibilizadas por este suporte. Há um outro estudo que provou que 96% das notícias publicadas pela imprensa regional do norte de Inglaterra resultaram de cópias de press releases enviados por entidades locais (2010)*.

Certamente, com as rápidas mudanças na área da comunicação, hoje esses números devem ser outros. Mas por meio dos dados disponíveis já é possível ver o potencial dos releases em veículos de comunicação e, hoje, em influenciadores digitais. É importante ressaltar que independentemente de quem enviou o release, o material deve obrigatoriamente reunir os critérios de veracidade, interesse público, novidade, disponibilidade de fontes, adequação e, em alguns casos, exclusividade.

* Franklin, B.; Lewis, J. & Williams, A. (2010). Journalism, News Sources and Public Relations, in S. Allan (Ed.), The Routledge Companion to News and Journalism (pp. 202-212). New York: Routledge.


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