Comunicação

A palavra ‘‘diversidade’’ tem se tornado cada vez mais popular. Com o passar dos anos, a sociedade mundial foi quebrando tabus e discutindo assuntos que antes não eram permitidos. Assim como em outras áreas, a comunicação seguiu essa linha.

Assim, a inclusão de pessoas diferentes do padrão prolongado pela sociedade tem sido pauta na grande mídia, além de grandes empresas e companhias. Incluir pessoas que se enquadram nos grupos de ‘‘minoria’’ em áreas e locais públicos comuns é mais que uma opção, é uma obrigação.

Várias empresas já têm se manifestado e incluído pessoas que são segregadas em grupos e excluídas da sociedade em seus quadros de funcionários e colaboradores. Na reportagem de setembro de 2017 do site da revista Época Negócios, ‘‘Por mais inovação e produtividade, grandes empresas promovem a diversidade’’, companhias de múltiplos segmentos de vários locais do mundo são mostradas como exemplos dessa forma de inclusão.

Apesar da reportagem mostrar o lado positivo da questão da diversidade, uma pesquisa realizada pela rede social profissional LinkedIn apontou que 35% dos entrevistados LGBT afirmam já ter sofrido algum tipo de discriminação velada ou direta no ambiente de trabalho. Já as mulheres – maioria no Brasil, totalizando 51,5% da população – também estão longe dos lugares de destaque. Segundo a plataforma Think With Google, em 2017 elas representavam apenas 2,8% das posições de liderança no País, embora ocupassem 44% das vagas de emprego registradas. A revista EXAME, por meio da reportagem ‘‘Os dados que mostram a desigualdade entre brancos e negros no Brasil’’, publicada em novembro de 2018, aponta que a renda média do trabalho é de R$ 1.570 para negros, R$ 1.606 para pardos e R$ 2.814 para brancos. Além da categoria ‘emprego’, esses grupos também estão excluídos da política, educação, e inseridos na categoria ‘maiores vítimas de crimes de ódio’.

Jornalismo como responsabilidade

Responsável pela filtragem do que é ou não relevante para as pessoas de todo o mundo, o jornalismo tem se modificado ao longo do tempo. Sempre em busca da verdade e da relevância social, o jornalismo deve procurar mostrar fatos. E para uma linguagem que alcance o maior número de pessoas possível, o jornalismo tem usado termos e referências que tentam encaixar a maioria das pessoas para que sintam que a notícia também é direcionada e precisa ser absorvida por elas.

No Brasil, em julho de 2017, o Observatório da Imprensa disponibilizou o ‘‘Manual de Diversidade no Jornalismo – um guia aberto e não definitivo para uma prática mais consciente’’. O projeto foi criado por um grupo de jornalistas, colaborativamente, em que o debate sobre ‘‘como ocupar a imprensa tradicional com pautas mais diversas’’ foi o tema principal da produção. Nele, jornalistas de qualquer parte do Brasil podem se basear para terem pautas mais diversificadas e representativas.

Por outro lado, as fake news continuam usando uma linguagem inadequada e antiquada que ainda atinge parte da população, distorcendo a comunicação e excluindo ou difamando esses grupos de ‘‘minoria’’. E para que todos possam ser incluídos, tanto nas redações como profissionais quanto nos textos como leitores e protagonistas de histórias positivas – e não só como dados de crimes – os veículos de comunicação precisam se atentar ao século 21. Com toda a tecnologia disponível é impossível que, ainda em 2019, a diversidade seja escondida. É preciso aceitar e, acima de tudo, respeitar as diferenças. É preciso incluir cada vez mais negros, mulheres e membros da comunidade LGBTQI+ em lugares públicos e privados para que a diversidade humana seja vista, reconhecida e aceita. Não há mais motivos para excluir um ou outro grupo de lugares que também pertencem a eles.

É preciso debater saudavelmente sobre possíveis formas de diminuir todos as estatísticas ruins aqui citadas para que o mundo tenha cada vez mais igualdade e atenda mais a necessidade do indivíduo e do coletivo. Todos fazem parte do mesmo mundo, pertencem a ele da mesma maneira e podem e devem ser tratados como iguais, independentemente de cor, gênero ou qualquer outra característica que difira uma pessoa de um suposto padrão. É importante aceitar a diversidade para um mundo mais plural e com chances iguais para todos, porque o mundo é de todos.


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