A decisão do governo americano de aumentar as tarifas de importação do aço e do alumínio, anunciada em 2 de março, é um obstáculo ao comércio internacional e vai afetar os Estados Unidos de forma negativa, afirma Hélio Magalhães, presidente do Conselho de Administração da Amcham Brasil.

Na visão dele, “Incentivar o comércio passa por não criar barreiras”. Para Hélio Magalhães, “trata-se de um pensamento antigo, que pode trazer impactos negativos também para os americanos”. Os efeitos da medida ainda estão sendo avaliados pela comunidade internacional, acrescenta Magalhães. “Ninguém vê isso como positivo. A OMC (Organização Mundial do Comércio) certamente será acionada por outros governos. Provavelmente será rediscutido e não deve ser duradouro.”

A nova tarifa de importação do aço e alumínio é “retrógrada” e uma “irresponsabilidade”, de acordo com o economista Roberto Giannetti da Fonseca, presidente da consultoria Kaduna. “Vai ser um agravante na economia mundial. As retaliações recíprocas vão começar a acontecer, e onde isso pode parar ninguém sabe com certeza”, observa, no Webinar de Comércio Exterior da Amcham realizado nesta segunda-feira (5/3).

“Parece que estamos voltando às décadas de 1980 e 1990, quando se tomava essas medidas de proteção comercial sem medir as consequências”, acrescenta.

Amcham – Brasil

A Amcham Brasil é a maior Câmara de Americana, entre 114 existentes fora dos Estados Unidos. Com cerca de 5 mil empresas associadas, sendo 85% delas brasileiras, a entidade é o centro privado das discussões comerciais bilaterais Brasil-EUA. Além de reunir as principais multinacionais norte-americanas no Brasil e empresas brasileiras com operações nos EUA, a Amcham promove estudos, eventos, missões internacionais, encontros de negócios e a construção de agenda ampla de cooperação governamental, tecnológica, regulatória e comercial.


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