Comunicação Digital, Comunicação

Ganhar visibilidade em meio à quantidade de textos compartilhados na rede é um desafio e tanto. Nos últimos anos, algumas mudanças no cenário digital impactaram diretamente a forma com que os jornalistas produzem. Se no jornal impresso ou em revistas a busca é por um conteúdo que agregue informação, um texto bem construído e dentro de um tamanho pré-definido, no jornalismo digital é preciso seguir algumas regrinhas para o texto ganhar visibilidade. Caso não atenda a esse formato, corre o risco de ficar no limbo.

Ou seja, hoje não basta somente ter uma pauta atraente nas mãos e investir tempo para pesquisar e desenvolver um texto bem estruturado. Para conquistar algum destaque nos buscadores, é fundamental se orientar pelas técnicas de SEO – Search Engine Optimization ou, em bom português, otimização para mecanismos de busca. Se trata de um conjunto de técnicas para textos publicados em sites, blogs e páginas na web com a intenção de conseguir bons resultados em rankings orgânicos, aumentando o tráfego e conquistando autoridade no assunto.

Por isso, é essencial adotar o SEO para conseguir ranquear um texto na primeira página de buscas. Uma pesquisa realizada pelo Google mostrou que 90% das pessoas clicam somente em links que aparecem na primeira página. Isto é, só faz sentido escrever para a internet se o texto estiver adequado a essa realidade, sob o risco de nunca ser lido, independentemente da qualidade do material ou da peculiaridade da história.

Qualidade é fundamental

Mas isso não significa que o texto para web precisa deixar a excelência de lado, muito pelo contrário. Para conquistar uma boa posição em meio a tantos textos que são postados na rede, é preciso oferecer algo a mais. Isso quer dizer apresentar um conteúdo original, que responda às buscas e necessidades do usuário.

Não se trata de bancar a vidente, mas é preciso prever o comportamento de quem circula pela rede, acompanhando tendências e antevendo possíveis desdobramentos de algum tema. É uma forma de se “adiantar” e conseguir atendê-lo antes mesmo de ele procurar ajuda. Essa atitude proativa gera engajamento, confiança e credibilidade. É um processo que se assemelha à psicologia: é preciso tentar compreender a personalidade do usuário e o que ele deseja naquele momento para então propor uma solução que, no caso, é o conteúdo do blog ou site.

Conteúdo proprietário

Quando falo em conteúdo original, quero dizer um texto autêntico, que passa longe do famoso ctrl c + ctrl v – prática, aliás, que pode configurar plágio. Além da questão legal, a inteligência artificial é capaz de identificar textos com trechos semelhantes, e isso pode levar a produção para o sumidouro. Alguns outros fatores que devem constar em um texto para web é a escaneabilidade, que permite uma leitura mais fluída com a utilização de recursos como listas, imagens e negritos, evitando blocos de texto muito longos.

Outra ideia que está ultrapassada é em relação ao tamanho dos textos. O senso comum acreditava que a internet demanda textos curtos, porém, uma pesquisa desenvolvida pela Search IQ, uma empresa de inteligência artificial focada em buscas de usuários na internet, mostra que conteúdos bem ranqueados têm aproximadamente 2,5 mil palavras – o mesmo que muitos materiais impressos. O título também tem um papel de destaque, deve ser criativo, objetivo e chamar a atenção em poucas palavras. Outro princípio que mudou bastante nos últimos tempos é o uso da palavra-chave, que deixou de ser o foco e passou a integrar o conteúdo de forma mais sutil. Isso significa que usar uma palavra-chave de modo exagerado pode ruir com as possibilidades de uma boa colocação, já que a inteligência artificial consegue identificar tentativas de forçar um bom ranqueamento de forma dissimulada.

Se a internet é um dos grandes veículos de comunicação da atualidade, é inadiável pensar em novas ideias para conseguir destaque em meio a tantos usuários que, no Brasil, já ultrapassam 95% da população. Usuários esses que utilizam a internet como um dos principais meios para se informar. Segundo a Pesquisa Brasileira de Mídia 2016 – Hábitos de Consumo de Mídia pela População Brasileira, a última divulgada, 49% das pessoas consideram a internet como fonte de informação, atrás apenas da televisão.


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