Comunicação Digital

Conteúdo. Essa é a nova meta do Instagram. A rede social é uma das que mais cresce e está começando uma nova era no mundo digital. Em julho, a plataforma decidiu fazer uma mudança e tornar privativo ao dono do perfil uma ferramenta: o número de likes. Desde seu lançamento, em outubro de 2010, os usuários da rede social focavam em números: quanto mais seguidores, likes, comentários e visualizações, melhor. Agora, indo na contramão desse parâmetro, parece que o próprio Instagram quer dar aquela força para perfis com muitos seguidores, os influencers, para que esses se concentrem no conteúdo e não mais nos números.

A decisão da plataforma, já anunciada anteriormente, surpreendeu alguns e fez com que outros comemorassem. A surpresa pode ter chegado para marcas e empresas que usavam números dos influencers para divulgar seus serviços e produtos. Além da surpresa, perguntas como ‘‘como mensurar esse perfil?’’ ‘‘como saber se vai valer a pena investir nesse influencer?’’, entre outras, surgiram sobre a nova estratégia da rede.

Já entre os perfis que apoiaram a mudança estão grandes nomes do mundo digital, como os dois maiores youtubers do Brasil e também usuários do Instagram, Whindersson Nunes (com 32 milhões de seguidores na rede de fotos) e Felipe Neto (10 milhões), que se manifestaram a favor do fim dos likes. As manifestações deles podem ser significativas, já que os números, teoricamente, também deveriam importar para essas figuras públicas.

As maiores críticas ao Instagram tinham origem nesses dados. Influencers de moda são alguns dos perfis que mais recebem e fazem parcerias com marcas para anunciar produtos e serviços baseados nas curtidas, comentários, engajamentos e seguidores. Com a nova atualização da rede, a preocupação aumentou para esse nicho.

Segundo dados de um estudo realizado pela Mobile Marketer, braço da companhia americana Industry Drive, perfis com grandes números de seguidores na plataforma já estavam perdendo engajamento nos últimos três anos. De acordo com alguns perfis, com as várias atualizações do Instagram, o algoritmo vinha apresentando os posts e stories de quem publicava mais e, por isso, a linha do tempo dos seguidores ficava cada vez mais lotada de fotos de uma mesma pessoa. A perda de seguidores e engajamento também pode ter como uma das causas o cansaço dos jovens e adolescentes. De acordo com uma pesquisa realizada pelo instituto de saúde pública do Reino Unido, Royal Society for Public Health, 70% dos jovens na faixa etária entre 14 e 24 anos desenvolveram ansiedade e depressão devido ao uso excessivo das redes sociais.

Agora a loucura de publicações ainda pode continuar, mas o ritmo não será o mesmo. O que muitos esperam, a partir desse novo momento do Instagram, é que o conteúdo publicado por esses grandes perfis seja mais direcionado ao público-alvo, que o culto aos padrões de beleza inexistentes diminua consideravelmente – já que muitas pessoas se cansaram de ver fotos perfeitas em lugares perfeitos com pessoas sem defeitos – e que esses perfis se baseiem mais na informação e no entretenimento do que na banalidade. Agora o Instagram quer apostar no conhecimento e na humanização da rede social. Conteúdo. Essa é a nova meta do Instagram.


Share this article