Comunicação, Marketing de conteúdo

Nos últimos anos as mídias sociais desempenharam um papel importante na mudança de comportamento do consumidor. Agora estes têm à disposição um grande volume de conteúdo, o qual consideram mais confiável e atraente do que aquele produzido pela propaganda. E o mais significativo para eles: gerado por outros usuários.  A conectividade permite que os consumidores conversem e descubram verdades sobre a marca. Produto X não é tão bom como a propaganda diz ser? Marca Y não entrega o que prometeu? Item Z quebra muito rápido?

Diante deste cenário os profissionais de comunicação têm um grande desafio pela frente: tentar alcançar os consumidores que não acreditam mais na publicidade tradicional. A transparência que os consumidores estão cobrando das marcas e o alto volume de peças publicitárias circulando propiciaram o terreno necessário para o início do marketing de conteúdo.

No livro Marketing 4.0: Do tradicional ao digital, de Iwan Setiawan, Hermawan Kartajaya e Philip Kotler, os autores descrevem a importância do criador de conteúdo. Para dialogar de forma direta e contribuir com a necessidade do consumidor, é necessário criar uma conexão com ele. Para isso, a marca deve implementar canais de comunicação (como site ou mídias sociais) ou contar com a “ajuda” de influenciadores.

Propaganda X Conteúdo

Não é mais viável aos profissionais de marketing enxergarem a criação de conteúdo como outra forma de propaganda e as mídias sociais como meios para sua difusão. Por hábito ou falta de sincronia com a nova realidade, alguns simplesmente transferem seus anúncios tradicionais paras esses novos canais, sem reinventar o conteúdo ou considerar a necessidade de diálogo aberto e verdadeiro com o consumidor.

Um anúncio contém informações que as marcas querem transmitir, para vender seus serviços e produtos. Já a nova realidade dos meios digitais pede conteúdos com informações que os consumidores possam usar para alcançar seus objetivos profissionais e pessoais. São diferentes peças de comunicação em diferentes formatos e canais que merecem tratamentos distintos. Os profissionais de marketing precisam abandonar os velhos modelos – de promotores das marcas – para se tornarem administradores de mensagens de interesse de seu público em meios que cultivam a interatividade. É necessário contar histórias, coletar impressões e responder a perguntas e necessidades dos consumidores num mundo que se traduz em diversidade e mudanças constantes.

Conexões geradas por histórias

Criar conexões profundas entre marcas e consumidores. Esse é um dos grandes objetivos atuais do marketing. Uma alternativa é contar uma história envolvente, fornecendo conteúdo original de alta qualidade. Em poucas palavras, o marketing de conteúdo – também considerado brandjournalism (“jornalismo de marca”) e brandpublishing (“publicações de marca”) – é uma abordagem que envolve selecionar, criar, distribuir e ampliar informações que sejam relevantes, interessantes e úteis para o público definido e que tem como objetivo interagir com esse conteúdo.

O ‘contar histórias’ para envolver o público-alvo já é realidade na maioria das grandes empresas. Pouco mais de 75% das empresas norte americanas que vendem diretamente para os consumidores (B2C) utilizaram o marketing de conteúdo em 2016. O mesmo estudo, realizado pelo Constent Marketing Institute e do MarketingProfse, constatou que essa porcentagem aumenta quando instituições vendem para outras empresas (B2B), chegando a 88%. Dentro dos gastos com marketing, em média as empresas B2B gastam 28% do seu budget com conteúdo, já em empresas B2C essa média sobre para 32%.


Share this article